Contratos entre Prefeitura e Paulo Mataveli são questionados na Câmara

Na última quarta-feira, 17 de setembro, a Câmara de Taubaté aprovou requerimento do vereador Joffre Neto (PSB), que solicita informações sobre a ligação entre as empresas PS Mataveli ME e Amábile F. Marcondes Construções e o empresário Paulo Sérgio Matavaeli. Se ele está no quadro de direção da empresa Amábile F. Marcondes e se a empresa estaria vencendo as licitações e terceirizando a execução dos trabalhos para a empresa PS Mataveli.

No documento, são apontados indícios de que o telefone das empresas seja o mesmo. Além disso, três empresas de propriedade deste empresário, Alexandre Carolino Gonçalves ME, Carolino Gonçalves & Cia Ltda e a própria PS Mataveli, são citadas no relatório do Tribunal de Contas do Estado, que apontou irregularidades desses estabelecimentos junto à Prefeitura de Taubaté.

Na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos “ovos de ouro”, em março de 2012, Paulo Sérgio Mataveli afirmou construir empresas em nome de terceiros porque estava com o nome “sujo”.

De acordo com o requerimento, mesmo inabilitada em uma licitação, a empresa Amábile F. Construções mantém contratos com a Prefeitura desde 2011.

Na tribuna, Joffre lembrou que a administração municipal comprava ovos a R$ 78 a dúzia da empresa Alexandre Carolino Gonçalves, e mesmo que a Prefeitura argumentasse que havia sido erro de digitação, ele mantém cópia das notas fiscais escritas à mão mostrando que o preço se referia a dúzias.

O parlamentar acrescentou que a Amábile fornece o mesmo número de telefone da Paulo Sérgio Mataveli não só para serviços comerciais, mas também para a venda de lanchas e carros.

Joffre Neto demonstrou, por meio de fotos, uma excursão supostamente no Mato Grosso, publicada na rede social de Paulo Mataveli, em que o empresário aparece ao lado de um funcionário do setor de Compras da Prefeitura, Marcos Rogério Fagundes, nomeado pregoeiro da administração municipal.

“Eu comuniquei à Prefeitura, e o prefeito [Ortiz Junior(PSDB)] vai publicar a portaria de exoneração do pregoeiro. Estou solicitando a abertura de sindicância para investigar todos os contratos que as empresas mantém entre si”, disse o vereador.

Para Salvador Soares (PT), o argumento de Joffre Neto é fundamental para o esclarecimento do caso, uma vez que ele acompanhou a denúncia dos “ovos de ouro”.

O petista insistiu em investimentos na área de tecnologia da informação. “Administração pública e interesse privado não se misturam, é como água e óleo. Não conseguimos fazer com que Prefeitura, empresa, Câmara, Ministério Público e Tribunal de Contas conversem, por falta de interligação desses setores. Andando pelo Vale do Paraíba, a gente percebe o tamanho do atraso que é a tecnologia em Taubaté. Precisamos fazer com que o setor de tecnologia converse com esses órgãos”, finalizou Salvador.

Já o vereador Rodrigo Luis Silva “Digão” (PSDB) apresentou a ficha cadastral da empresa Amábile, localizada na alameda do Jasmim. Segundo ele, a empresa tinha capital de R$ 15 mil em 21 de janeiro de 2009 e, três anos mais tarde, subiu este valor para R$ 1 milhão.

O tucano mencionou que a empresa prestou serviços para o Hospital Universitário, antes da integração com o Hospital Regional, e pediu auditoria das contas do HU na gestão anterior.

“Nós, vereadores, zelamos pelo dinheiro público. Convido os senhores para perceber o que foi feito de reforma dentro do HU. Infelizmente, a gente não tem respaldo do outro lado. Pintaram em cima de mancha, fizeram um “boné velho”. Tenho certeza de que foi a melhor coisa a integração. Nunca trataram dinheiro público com seriedade nesta cidade, estou falando isso há anos”, completou Digão.

Semáforo nos bairros
Os vereadores acataram requerimento de Alexandre Vilela (PMDB) que solicita ao prefeito que, assim como na região central, os semáforos dos bairros fiquem em amarelo “piscante” durante a madrugada.