AUDIÊNCIA PÚBLICA Politíca

Transporte Público é tema de debate na Câmara

Vereadores apontam possibilidade da Prefeitura rescindir o contrato com a ABC Transportes


Em 16/10/2014 16:24 por redação / Guia Taubaté



Os vereadores de Tauabté debateram na última quarta-feira, 15 de outubro, a possibilidade da Prefeitura rescindir o contrato com a ABC Transportes. A avaliação foi feita durante audiência pública convocada por uma comissão que analisou, durante mais de um ano, a situação dos ônibus e terminais na cidade.

O parlamentar Diego Fonseca (PSD) exibiu dois vídeos, pela TV Câmara Taubaté. No primeiro, munícipes relatam más condições no transporte público, e o vereador narra a falta de manutenção nos veículos, que apresentaram pneus carecas, limpadores de para-brisas quebrados, bancos de motoristas amarrados com arames, extintores vencidos e amarrados com arames.

Já no segundo vídeo, um funcionário da ABC, que não foi identificado, afirmou que motoristas são obrigados a medir o itinerário com carro de passeio, aos finais de semana (o que não simula as condições diárias dos ônibus), contou também que não há tempo de refeição, e, quando tem, é no final do itinerário, dentro do ônibus, sem sequer um banheiro para os funcionários.

O depoimento contradiz as afirmações prestadas pelo diretor da ABC, Manuel Adair dos Santos, momentos antes. Questionado pelo vereador Diego, o representante da empresa disse que a mediação é feita por GPS, com dados fornecidos à Secretaria de Mobilidade Urbana, e que o intervalo para refeição é de uma hora, mas fracionado.

“Quem é que está falando a verdade? Temos que escutar aqui que a empresa presta o melhor serviço do Brasil, que a empresa está melhorando seu trabalho, procurando atender melhor o munícipe, que instalará abrigos, que melhorará os ônibus... É tudo no futuro. Até quando? Temos indícios suficientes para romper o trabalho com a empresa, que não presta um serviço de qualidade em Taubaté”, questionou Diego.

O vereador Digão (PSDB) manteve a crítica. “Desafio uma pessoa a vir à Câmara e falar que o transporte público de Taubaté é de qualidade. Estou aqui há seis anos como vereador, nunca vi. Motivos para a intervenção foram colocados. Isso acontece há muitos anos. Ou se toma uma atitude drástica com a empresa ou a população vai continuar sofrendo”, expôs, com base em um relatório apresentado pela secretária de Mobilidade Urbana, Dolores Pino “Lola”, mencionando que as linhas do Quiririm têm atendido, no máximo, 40% do que é exigido da ABC pela Prefeitura.

Entre as reclamações está a renovação da frota, que foi evidenciada por “Neneca” (PDT). Ele foi informado pela secretária que 30 veículos deverão chegar dentro de um mês, para substituição dos atuais. Quanto à integração da ABC com o Tctau (Transporte Complementar de Taubaté), a secretária de Mobilidade Urbana afirmou que deverá acontecer até fevereiro, com a licitação que está sendo preparada pela Prefeitura.

O presidente da comissão de estudos, Joffre Neto (PSB) frisou que as respostas apresentadas pela ABC foram as mesmas utilizadas em setembro de 2013, durante audiência na Câmara, e considerou inadmissível o uso desses argumentos.

De acordo com o vereador, foram percorridas algumas linhas durante um dia e constatadas todas as reclamações levadas pela população aos vereadores. Ele citou deficiências gerais, como ausência de indicação dos pontos de ônibus, mudança de horário sem aviso prévio, atrasos e acúmulo de passageiros antes da catraca, com riscos de acidentes.

Além disso, o parlamentar questionou o cumprimento da Lei Municipal 3.269/199, que estipula troco máximo de dez vezes o valor da tarifa, mas protege o usuário, uma vez que, se não houver troco, ele poderá viajar gratuitamente.

Por fim, Joffre questionou ao plenário se alguém havia tentado valer esse direito, e um munícipe relatou que sim, mas que fora detido por policiais e teve que registrar um boletim de ocorrência contra a empresa. “Além de [a ABC] oferecer serviço de péssima qualidade, não é possível que um cidadão tenha que ir para a Delegacia fazer valer seu direito” concluiu. 

Explicações
Durante a audiência, a secretária Lola negou que a medição seja feita em carro particular durante o final de semana, mas sim por meio eletrônico, em horários de pico. “Não estou aqui para contradizer a fala de funcionário, mas isso não existe no transporte público. Temos um cálculo para levar em consideração a velocidade comercial, com tempos de parada.”

Questionada pela assessora de Vera Saba (PT), Nídia Martins, sobre a proporção de um ônibus para cada 3.800 habitantes, a secretária avaliou que o cálculo é feito de acordo com a demanda, e não pelo número de habitantes.

Diretor do Sindicato dos Condutores, José Roberto Gomes avaliou que ABC trabalha mal na cidade, com frota precária, e os motoristas sofrem com a falta de manutenção dos veículos. “Se me perguntarem qual nota dou à empresa, a nota é 1.”

Representante do Tctau, Silvana Fontes pontuou que é exigido demais dos autônomos, uma vez que eles são “empresa de uma pessoa só”. Segundo ela, a ABC tem condições de oferecer gratuidade aos idosos e deficientes, mas, para o autônomo, o custo é muito alto. Ela exigiu a integração dos sistemas.

Munícipes também apresentaram na tribuna outras exigências quanto à qualidade no transporte.

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