Asilo recebe apresentação de presos do CPP de Tremembé
14 detentos estiveram na Casa São Francisco para celebração de Dia das Mães
Em 03/05/2016 16:35 por redação/ Guia Taubaté
Na tarde da última segunda-feira, 2 de maio, presos que cumprem pena no regime semiaberto deixaram os muros da prisão para levar música e conforto a idosos residentes em um asilo de Taubaté.
A celebração do Dia das Mães foi o pretexto para 14 detentos do CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de Tremembé, o antigo Pemano, apresentaram sua arte a homens e mulheres residentes da Casa São Francisco. Foram 14 canções nos estilos gospel e MPB para uma média de 50 idosos.
Para Anchises João de Paulo Junior, de 38 anos, o momento foi uma oportunidade para fazer ao próximo aquilo que ele gostaria que fizessem com ele mesmo. “Eu estou preso há mais de cinco anos. E sei que é muito ruim não receber visita. Então, estar aqui ajuda a preencher o vazio do nosso coração”, conta.
Nascido no meio do crime e ex-morador de rua, Anchises perdeu a mãe assassinada aos 7 anos de idade. Hoje, encontrou na religião o apoio para seguir adiante. Músico e compositor, dedicou-se a escrever canções gospel.
Entre as 52 composições, uma é especial. É a que dedica à mãe, a quem reconhece não ter recebido o amor maternal que lhe era direito. Mas, o que não volta mais, vive nas folhas do passado, e Anchises prefere se concentrar nos próximos dias de sua vida.
“Quando sair da prisão, quero muito trabalhar. Se for com a música, ótimo! Mas não vou focar só nisso. A primeira oportunidade que me aparecer [de trabalho], vou agarrar com toda a força”, pondera.
A banda do CPP de Tremembé existe desde meados de 2015. A unidade prisional é de regime semiaberto e, por isso, a rotatividade dos integrantes da banda é alta. O grupo “Coral & Vozes”, atualmente, tem cantores e músicos que tocam violão, teclado e Cajon.
“O trabalho da música ajuda na humanização do sistema carcerário. E esse envolvimento do preso com os idosos, certamente, os ajuda a se sensibilizar com o outro. É uma forma do preso ‘devolver’ para a sociedade uma prática construtiva”, fala o diretor do CPP de Tremembé, Silvio Ferreira de Camargo Leite.