Câmara questiona Sabesp sobre qualidade da água fornecida

As constantes reclamações de moradores de Taubaté sobre a qualidade da água fornecida na cidade, foram tema de uma reunião realizada na Câmara.

De acordo com o superintendente regional da Sabesp, a cada 100 reclamações registradas pela Sabesp, sete são relacionadas à qualidade da água fornecida. Os dados foram colhidos no atendimento ao cliente da empresa.

A maior parte das reclamações é relativa à conta (45%), seguida por vazamento de água (26%) e de esgoto (8%). Em seguida, aparecem reclamações de falta d’água (10%), da qualidade (7%) e outras (4%).

O engenheiro relacionou o problema da qualidade aos vazamentos. Por meio de gráfico, demonstrou que “toda vez que há um vazamento grande, aumentam as reclamações quanto à qualidade”.

Garrafas com água turva, colhidas em diferentes pontos da cidade, foram exibidas pelos vereadores. O gerente da Sabesp em Taubaté, Cláudio Katayama, afirmou que a água é tratada com cloro e própria para consumo, mas, convidado a beber, foi interrompido pelo superintendente.

“Acho que não devemos insistir com a prova. Com essa característica, não serve para consumo”, afirmou Fernando Lourenço. “A Sabesp comete erros, reconhecemos nossos problemas. Não tem como consumir esta água.”

Questionado pelos vereadores sobre as providências que serão tomadas para evitar que essa água chegue às torneiras, o superintendente explicou que dez quilômetros de tubulação estão sendo trocados e que quase cinco mil ramais (ligações entre a rede e as residências) estão sendo substituídos.

Fernando Lourenço assegurou que a mesma rede que distribui água em Taubaté serve para Tremembé e Caçapava, e não há registros de reclamações nas cidades vizinhas. “Houve piora na qualidade da água em Taubaté, especificamente”, ressaltou, atribuindo a responsabilidade aos vazamentos na rede.

Explicação
A Sabesp atende 114 mil imóveis em Taubaté. Entre os possíveis motivos da água turva foram citadas a alteração na qualidade da água bruta, problemas na fase de tratamento e no sistema de distribuição.

Conforme estudo da companhia, 10% dos vazamentos ocorrem nas redes e 90% nos ramais. Parte deste problema é consequência da estrutura dos tubos, fabricados em ferro galvanizado e corroídos ao longo dos anos.

De acordo com o gerente Cláudio Katayama, 20% da rede ainda são feitos de ferro, e os outros 80% são de PVC. A rede tem 850 km de extensão e é substituída na fração de 0,5% ao ano.

Prejuízo
O superintendente garantiu que, nos dois últimos meses, a Sabesp promoveu 150 ressarcimentos ou reformas das contas de clientes que foram prejudicados. Acrescentou que a companhia recebe com atenção todas as reclamações relacionadas à água suja, por meio de sua central de atendimento (0800-055-0195).