LEGISLATIVO Politíca

Audiência na Câmara de Taubaté debate perda gestacional

Especialistas participaram da sessão no Legislativo da cidade na última quarta-feira (20)


Em 22/03/2024 12:45 por redação/ Guia Taubaté


Audiência na Câmara de Taubaté debate perda gestacional
Diana Maria Moraes, Isabel Pastorelli, Adriana Mussi, Elisa Representa Taubate, Maryslan Zuchinalli, Maria Cristina Pose Guerra (FOTO: Luiz Martins)

A Câmara de Taubaté realizou audiência pública no dia 20 para conversar sobre perda gestacional, uma iniciativa da vereadora Elisa Representa Taubaté (Cidadania), autora do requerimento de convocação.

A diretora de enfermagem do Hospital Municipal Universitário (H-Mut), Maria Cristina Pozzi Guerra, que vivenciou a perda de um bebê durante a gestação, apresentou o protocolo de atendimento adotado pela unidade, chamado de Maternagem. 

Segundo ela, o protocolo tem início quando se percebe que há óbito fetal ou quando é constatada, durante o pré-natal, a possibilidade de isso acontecer. É formada uma equipe disciplinar com a participação de um psicólogo, que atua de imediato no apoio qualificado à mulher. 

A partir daí, há várias decisões que devem ser tomadas em conjunto com a mulher, tais como a possibilidade de enterro da criança, que pode ser feito pela família ou deixado a cargo do hospital; a doação do leite materno, caso a mulher esteja apta a amamentar; a alta o quanto antes possível; e a oferta de um “saquinho da memória”, contendo o carimbo dos pés ou mãos do bebê e a pulseira de identificação hospitalar. 

“Isso, volto a dizer, é da escolha dela. Se não quiser, não fazemos nada disso, mas, se quiser, é ofertado a ela. No começo do protocolo eu fugi, porque não conseguia lidar com isso, confesso. Mas aí a gente vai se acostumando, e entendo que cada um é cada um, é diferente, e temos que respeitar a todos: se aceitam, se não aceitam, se querem essa lembrança ou não. É um passo muito importante de acolhimento e respeito a essa mulher. É um protocolo difícil e complicado de falar”, disse Cristina. 

Esse protocolo foi elogiado pela munícipe Maryslan Zuchinalli, que expôs sua história de perda de gêmeos em idade gestacional de sete meses e se sentiu desamparada no hospital onde foi atendida, fora de Taubaté. 

“Eu tinha direito de levar a Manuela para ser velada e sepultada, e isso foi negado. Eu tive que brigar dentro do hospital, num puerpério difícil, para poder levar minha filha. A pessoa mais sensível foi o funcionário da funerária, que se dispôs a arrumar minha filha e permitiu que ficássemos com ela durante a noite. É um alívio saber que Taubaté já tem protocolo hospitalar para respeitar a vontade dessa mãe”, afirmou Maryslan. 

Assim como ela, outras mães narraram histórias tristes, delicadas, porém, que precisam ser contadas e compartilhadas, como afirmou a vereadora Elisa.

“É um tema tão importante que, em breve, se tudo der certo, entra no nosso calendário oficial, para a gente trabalhar tudo isso”, anunciou a vereadora.

Ela afirmou que tem buscado recursos para melhorar a maternidade do H-Mut.

“A gente está com muita esperança, temos uma verba impositiva de R$6 milhões vindo para Taubaté para fazer a sala de pré-parto, parto e pós-parto, vamos acompanhar isso, via Unitau, fico muito feliz e agradeço por trazerem essa pauta para a gente”, disse.

Ainda durante a audiência, a Secretaria de Assistência Social informou que existem trabalhos contínuos para atendimento social às famílias. A vice-prefeita Adriana Mussi lembrou que a Casa da Mãe Taubateana oferece atendimento para detectar e tratar eventuais problemas durante a gestação.

As professoras da Universidade de Taubaté, Fabíola Nejar e Letícia Veríssimo, apresentaram estudos sobre a perda gestacional. Falaram sobre as causas, tais como idade materna, erros cromossômicos, anomalias uterinas ou má-formação placentária; os fatores de risco, como doenças autoimunes, covid, hipertireoidismo, obesidade, poluição do ar, tabagismo, alcoolismo e estresse; a dificuldade de acesso a serviços de saúde; e a prevenção, que inclui pré-natal de qualidade, alimentação adequada, estilo de vida saudável e prática de atividade física.

Participaram da audiência os vereadores Adriano Coletor Tigrão (Cidadania), Marcelo Macedo (MDB) e Talita Cadeirante (PSB).

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