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EFEITOS DA COCAÍNA: ENTENDA COMO A DROGA AGE NO CORPO

Em 07/12/2021 por Clínicas Reset Prime Reabilitação em Dependência Química Alcoolismo e Psiquiatria


https://www.clinicasresetprime.com.br/blog/efeitos-da-cocaina-entenda-como-a-droga-age-no-corpo/

Conhecer os efeitos da cocaína no organismo e no comportamento de um dependente químico pode ajudar no diagnóstico mais rápido de um quadro de uso abusivo.

Por consequência, também é uma forma de dar suporte à busca por tratamento especializado por parte de amigos e familiares.

É preciso aceitar que a ameaça da droga é real. Inclusive, a cocaína é a segunda droga ilícita mais consumida no Brasil.

Segundo levantamento publicado pela Fiocruz em 2019, 3,1% da população nacional na faixa entre 12 e 65 anos já fez uso da substância.

Os números ratificam a importância de se entender mais sobre o contexto que envolve essa droga poderosa, em um viés educativo.

O objetivo deste artigo é exatamente esse: orientar amigos e familiares de dependentes químicos e, por que não, pacientes em recuperação, a identificar os principais efeitos e sintomas no organismo.

Acompanhe até o final para tirar todas as suas dúvidas a respeito.

O que é a cocaína e como ela é feita

A cocaína é uma droga ilícita semissintética, classificada como estimulante em relação aos efeitos causados no sistema nervoso central (SNC).

Ela é extraída da folha de coca, planta comum da região do Andes, sobretudo na Bolívia e no Peru.

No entanto, para potencializar seus efeitos e dar mais volume ao seu conteúdo, a substância é misturada com produtos como pó de talco, açúcar, amido de milho e outras drogas, a exemplo de anfetaminas e anestésicos.

Sua forma mais comum é o pó, mas também pode ser encontrada em cristal, por exemplo.

Quais são os três efeitos da cocaína

Normalmente inalada, a cocaína também pode ser ingerida ou esfregada nas gengivas.

Quando aspirada pelo nariz, o pó é absorvido rapidamente pela corrente sanguínea, causando efeitos imediatos, como uma grande euforia passageira, por exemplo.

Para revisitar essas sensações de prazer, o indivíduo tende a repetir o uso da substância e, por conta de uma tolerância maior do organismo, a aumentar o nível de doses, levando ao quadro de dependência química.

No caso específico da cocaína, ela desencadeia três efeitos principais:

  • Efeito anestésico local: bloqueia os canais de condução do sódio às células nervosas, impedindo que o nutriente chegue até as conexões entre os neurônios
  • Efeito cardiovascular: causa taquicardia, aumento da pressão arterial, arritmias e até ataques cardíacos
  • Efeito sobre o sistema nervoso central: gera dores de cabeça, perdas temporárias de consciência, convulsões e pode levar à morte.

A curto prazo

Como qualquer droga, a cocaína traz sensações que, a curto prazo, remetem ao prazer, como:

  • Euforia
  • Exaltação de energia
  • Mais autoconfiança
  • Aumento do estado de alerta.

Acompanhado desses sintomas, o uso da droga também causa diminuição do apetite e sentimentos menos agradáveis, como irritabilidade, confusão mental e ansiedade.

A longo prazo

A longo prazo, o uso abusivo e constante de cocaína pode levar à dependência e, consequentemente, os efeitos à saúde e ao bem-estar do indivíduo e das pessoas que o rodeiam são drásticos.

Mais à frente, abordo com detalhes os riscos do uso contínuo da cocaína.

Como identificar um usuário de cocaína?

Para familiares e amigos que desejam ajudar quem amam a superar a dependência química em cocaína, conseguir identificar comportamentos e efeitos que a droga causa é fundamental.

Algum dos principais sintomas eu já trouxe, mas existem outros bem característicos.

Em relação às evidências físicas, destaco cinco, em especial:

  • Vermelhidão acompanhada de sangramento, lesões e secreções nas narinas
  • Vestígios de pó branco próximo às narinas.
  • Comprometimento da capacidade olfativa, tanto para sentir quanto para diferenciar odores
  • Pupilas dilatadas mesmo em lugares iluminados, acompanhadas de vermelhidão nos olhos
  • Marcas na pele, como infecções, machucados e alergias próximas às veias.

Além desses sintomas físicos e alguns comportamentais, trazidos no tópico anterior, vale ficar atento a situações suspeitas, como cartões soltos e expostos sob a mesa, canetas sem carga e notas de dinheiro enroladas em forma cilíndrica.

Tudo isso na presença de vestígios de pó branco nas proximidades.

Quais são os sintomas da crise de abstinência de cocaína?

A crises de abstinência é caracterizada por uma resposta aguda do organismo à ausência ou carência da substância causadora da dependência química.

No caso da cocaína, esse quadro costuma se manifestar em três fases distintas.

Crash

É o primeiro estágio da dependência de cocaína.

Aqui, há uma diminuição acentuada do humor e da energia do adicto, com momentos de fadiga, depressão, ansiedade, paranoia e hiper sonolência.

Esses sintomas podem se estender por até quatro dias após o uso da droga e surgem logo após o pico de euforia gerado pela substância.

Outra manifestação bastante comum nessa fase é a chamada craving, uma ânsia incontrolável em consumir a droga.

O episódio também é popularmente conhecido como fissura.

Síndrome disfórica tardia

É uma fase que começa depois do crash, se iniciando entre 12 e 96 horas após o uso da cocaína e caracterizada por, sobretudo nos quatro primeiros dias, aumento da sonolência e craving muito intenso.

Passados esses primeiros dias, os episódios tendem a se intensificar e, em alguns casos, geram outros sintomas, como irritabilidade, problemas de memória, depressão e até mesmo ideação suicida.

Vale ressaltar que as manifestações, bem como as suas intensidades, variam de indivíduo para indivíduo.

Na síndrome disfórica tardia é que costumam ocorrer as recaídas, em uma tentativa de aliviar a fissura pela droga.

Extinção

Chegamos à última fase da abstinência de cocaína, onde os sintomas físicos se controlam e, de certa forma, o equilíbrio se restabelece.

É bem verdade que o desejo incontrolável de consumir a droga possa aparecer eventualmente, ainda que em uma intensidade e tendência bem menor.

Quais são os riscos do uso contínuo da cocaína?

Chegou a hora de retomar os efeitos a longo prazo que o uso contínuo e abusivo da cocaína pode trazer.

Já sabemos que a substância gera dependência, o que implica na potencialização de três fenômenos.

  • Tolerância: o organismo vai se acostumando com a cocaína, então, para experimentar a mesma intensidade de efeitos que a droga ofereceu em outras oportunidades, o indivíduo precisa administrar doses cada vez maiores da substância e isso faz com que ele assuma comportamento violento, tenha tremores e apresente irritabilidade
  • Sensibilização: o cérebro fica mais suscetível a sensações desagradáveis e à exacerbação da atividade motora e dos comportamentos estereotipados. Para compensar esse mal-estar, o indivíduo aumenta a dose de drogas consumidas. Esse fenômeno, normalmente, é acompanhado de paranoia e desconfiança
  • Kindling: ocorrência de convulsões.

A dependência química de cocaína também leva a complicações psiquiátricas, como prejuízos da capacidade de julgamento, memória e controle do pensamento, além de manifestações psicóticas, como alucinações e delírio.

Também entram nesse quadro o estado de insônia, a ansiedade e a depressão.

Tudo isso afeta, inclusive, a vida social do indivíduo.

Essa sintomas fazem com que ele deixe de participar da vida em sociedade, adquira comportamento violento e tendências criminosas, colocando em risco a sua integridade e das pessoas ao seu redor.

Existem também diversos prejuízos físicos relacionados ao uso crônico da cocaína, principalmente na área cardiovascular, como a mudança do ritmo cardíaco.

Não estão descartados problemas respiratórios e gastrointestinais.

Dores no peito, na barriga, náuseas e dificuldades para respirar, apesar de serem menos frequentes, também são manifestações possíveis.

Boa parte dos problemas crônicos, na verdade, depende da forma de administração da droga, da frequência de uso e da quantidade ingerida a longo prazo.

Por exemplo, a cocaína em pó, quando aspirada pelo nariz, tende a trazer mais consequências ao sistema respiratório que a injetada.

Não podemos esquecer também que o uso abusivo e contínuo de cocaína pode levar à overdose, que é caracterizada pelo consumo de uma dose alta da droga, gerando falência de um ou mais órgãos.

A overdose possui duas fases: a primeira é composta por excitação, dores de cabeça, náusea, vômito e culmina em convulsões.

Já a segunda traz consequências ainda mais graves, como perda de consciência, depressão respiratória e falha cardíaca, podendo levar à morte.

Como acontece o tratamento para dependentes de cocaína?

Conta com profissionais capacitados e infraestrutura indicada para atender de maneira emergencial os quadros agudos associados à substância.

De forma associativa, o tratamento deve ser feito com farmacologia.

Com equipes multiprofissionais, especializadas em dependência química, o que permite que o interno seja tratado em um ambiente seguro e acolhedor, com todos os aparatos necessários para a sua recuperação.

Cada caso é avaliado de forma personalizada, humanizada, por meio de um método que respeita as particularidades do paciente.

A abordagem terapêutica tem como objetivo manter o indivíduo em abstinência para, assim, tratar os sintomas e problemas de saúde que foram desenvolvidos pelo consumo da cocaína.

Como eu disse anteriormente, recaídas são comuns na dependência química, mesmo após o tratamento.

Para evitar que isso ocorra, é preciso que os pacientes em recuperação evitem situações que facilitem o contato com a droga e priorizem uma mudança radical no estilo de vida.

A participação ativa em grupos de apoio também é parte importante do processo de reabilitação.

Não à toa, o programa dos 12 passos é o fio condutor de nosso método de tratamento e parte integrante do tripé terapêutico que adotamos aqui ‒ incluindo o aconselhamento e a Terapia Racional Emotiva (TER).

Quanto tempo a droga fica na saliva?

A grande maioria das drogas, como a cocaína, opiáceos, maconha e anfetaminas, por exemplo, ficam na saliva por até 48 horas.

Esse é o prazo determinado por laboratórios para encontrar vestígios dessas substâncias por meio de análise da saliva.

O uso da cocaína pode fazer o nariz sangrar?

Sim, se a cocaína for consumida em forma de pó e for inalada pelo nariz, pode ocasionar sangramentos.

Isso se deve, sobretudo, ao rompimento de pequenos vasos sanguíneos que irrigam o local.

Por que o uso da cocaína pode fazer a barriga doer?

O uso contínuo e abusivo de cocaína pode trazer complicações gastrointestinais graves, que podem começar por uma leve dor de barriga.

Diversos estudos já comprovaram a ligação entre o consumo da substância e problemas como perfurações, úlceras e isquemias intestinais e infarto mesentérico.

Quanto tempo dura o efeito da cocaína?

O tempo de duração do efeito da cocaína depende muito da tolerância do organismo à droga.

No início, ela tende a durar mais tempo, em torno de 30 minutos.

Outro fator que contribui para a manifestação dos efeitos da substância é a forma como ela é administrada.

Quando injetada, os sintomas são quase imediatos. Já ao ser aspirada, eles podem levar alguns minutos.

A cocaína vicia mais do que outras drogas?

Diversos estudos tentam apontar, com base em diferentes critérios, qual é a droga mais viciante do mundo.

Esta pesquisa, bastante completa, desenvolvida pelo pesquisador britânico David Nutt, coloca a cocaína atrás da heroína, por exemplo.

A mesma pesquisa aponta ainda que a dependência causada pela cocaína é muito mais psicológica do que física.

Como cortar o efeito da cocaína?

Algumas pesquisas, ainda em fase de testes, que utilizam nanopartículas e substâncias, prometem cortar o efeito da cocaína em casos mais severos, como para evitar que um paciente venha a falecer de overdose da droga.

No entanto, o método mais eficaz e seguro para o tratamento da dependência química ainda é a busca por ajuda especializada e internação para o processo de desintoxicação e recuperação do adicto.

Conclusão

Os efeitos da cocaína no organismo de um dependente químico podem ser devastadores, mas, com a ajuda devida, eles podem ser controlados e o indivíduo se torna capaz de retomar a qualidade de vida e o bem-estar.


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