
Mato Seco presta homenagem a Bob Marley em show no Sesc Taubaté
Em entrevista, vocalista fala sobre apresentação na cidade, homenagem ao percursor do reggae, futuro do gênero musical e resistência
Em 04/12/2019 17:03 por Mário Pereira

O Sesc Taubaté exaltará uma das principais figuras da música de todos os tempos no próximo sábado (7). Percursor do reggae, Bob Marley será homenageado no show “Marley Experience”, da banda Mato Seco. A apresentação acontece a partir das 20h.
Na oportunidade, a banda traz um repertório mostrando a evolução da musicalidade do The Wailers – grupo do qual Bob Marley fazia parte e que ajudou a popularizar o gênero musical – apresentando músicas como “Natural Mystic”, “Rebel Music”, “Revolution”, “Thank You Lord”, “Buffalo Soldier” e “Trench Town”, além de alguns sucessos do próprio Mato Seco.
Fundado em 2002, o Mato Seco conta atualmente com a seguinte formação: Rodrigo Piccolo (vocal e guitarra), Eric Oliveira (guitarra), Osvaldo Ciziniaukas Jr. (contrabaixo), João Paz (órgão e piano), Tiago Rezende (bateria), Carlos Eduardo Gonçalves (percussão e voz) e Mauro Peres (percussão e voz).
Os ingressos para o show estão disponíveis pela internet e na Central de Atendimento. O Sesc Taubaté está localizado na Av. Milton de Alvarenga Peixoto, nº 1.264, no bairro Esplanada Santa Terezinha.
Em entrevista para o Guia Taubaté, o vocalista Rodrigo Piccolo falou sobre o projeto “Marley Experience”, a apresentação em Taubaté, a perspectiva para o reggae no Brasil e de uma das principais marcas da banda: a resistência. Confira abaixo:
Responsabilidade de homenagear Bob Marley
Rodrigo Piccolo: “A responsabilidade é imensa. O Bob Marley & The Wailers foram nossos principais influenciadores e, com certeza, nossos principais professores na música. É uma coisa que o Mato seco sempre quis fazer desde o início da carreira, porém, a gente maturou isso ao longo dos anos. Quando a gente tinha uns 12 anos de banda foi quando a gente conseguiu [fazer o projeto], além de acreditar no amadurecimento musical e encontrar um grupo legal para poder fazer. Então é uma responsabilidade muito grande e um presente muito grande, poder fazer um show só com músicas de Bob Marley & The Wailers, de manter esse legado vivo”.
Apresentação em Taubaté
RP: “A gente quando idealiza esse show a ideia é somente levar as músicas de Bob Marley & The Wailers, mas consequentemente a gente passa por lugares onde o Mato Seco também já passou, com grande parte do público como fã de Mato Seco, para nossa felicidade. Consequentemente sempre nos finais do show acaba acontecendo do Mato também tocar algumas músicas da própria banda”.
Futuro do reggae no Brasileira
RP: “A nossa perspectiva em relação ao reggae para os próximos anos é bem positiva. A gente sempre se faz bem otimista em relação ao reggae porque o Brasil que a gente vive culturalmente falando é bem tendencioso e a gente pode ver isso ao longo dos anos, como mudam-se as músicas e os estilos musicais que estão no mainstreaming. O reggae vem em um trabalho constante, sempre em alta, vivo e isso a gente vê ao longo dos anos cada dia mais em cada lugar que a gente passa, com mais bandas aparecendo, uma molecada nova se interessando pelo reggae. Todos os show que a gente faz tem muita gente nova, tem muito adolescente, muita criança. Então a gente se faz bastante otimista porquê onde a gente passa, vemos novos artistas, pessoas interessadas em levar a verdade do reggae. Somos muito otimistas, apesar de ter esse bloqueio midiático, com a mídia não dando tanto destaque para o reggae que passa uma mensagem, que tenta ser formador de opinião, educativo”.
‘Resistência’ como uma das principais bandeiras da banda
RP: “Acho que a mensagem é a mesma que a gente vem trazendo desde o começo e ela só vai se intensificando. Como costumamos dizer, para o nosso povo brasileiro nunca foi fácil. Entra governo, sai governo e a gente continua sendo oprimido, vítima da injustiça, vítima da desigualdade social, da corrupção, da ganância e, consequentemente, da maldade, dessa guerra que é plantada através da miséria, da pobreza, dos bloqueios da educação, da cultura, da saúde, dos direitos básicos da sociedade. Como a gente costuma dizer: ‘Eu sou a resistência contra o sistema desde muito antes da última eleição’. Para a gente o cenário nunca mudou muito, infelizmente a gente vê piorar com a ganância, o egoísmo, mas a resistência é a mesma. Como diz Criolo: ‘Para nós, não se corromper já é uma vitória’. A resistência que a gente diz é manter essa pessoa de bem, que acredita no amor, no amar, que não se omite ao se deparar com injustiça, com opressão, corrupção, racismo, que se faz forte no sentido de manter a fé e a esperança de que esses dias melhores virão, através de nossas atitudes. Hoje, essa resistência se faz mais forte perante o governo autoritário que estamos tendo, que trata o povo com descaso, com interesses próprios e cobrando interesses caros. No final da conta são os mais pobres, os pretos, as pessoas da periferia que acabam pagando. A resistência é a mesma luta que a gente vem travando, trazendo há mais de 10 anos”.
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