Mudança de temperatura pede atenção redobrada da saúde
Gripes e doenças respiratórias ficam mais suscetíveis de acontecer com alteração brusca das condições climáticas
Em 15/02/2019 17:53 por Mário Pereira e Giovana Bertti
Conhecido por ser a estação mais quente do ano, o verão vem apresentando situações atípicas em 2019. Pela segunda semana consecutiva, as temperaturas elevadas deram espaço para um tempo mais ameno, caracterizado pelo céu encoberto e por chuvas periódicas.
De acordo com Diego Arsego, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE), o avanço de frentes frias é normal nesta época do ano: “É importante destacar que o avanço de frentes frias pelo Sudeste do Brasil, mesmo durante o verão, é comum. Embora no mês de janeiro, a gente não tenha tido o avanço de uma frente fria, e por isso tivemos um janeiro mais estável, com temperaturas mais elevadas e predomínio de sol durante maior parte do dia. Já em fevereiro, tivemos o avanço de duas frentes frias, que trouxeram queda das temperaturas e modificações das condições de tempo”, disse.
Essa mudança climática destacada pelo meteorologista pode acarretar em gripes e doenças respiratórias. Isso é o que diz Stella Zollner, médica e professora do curso de Medicina da Universidade de Taubaté.
“[A mudança climática] influencia nos equilíbrios, nas adaptações. De 32 ou 33 graus você vai para 21°. O ar frio vem e irrita seu brônquio, irrita sua garganta, faz você ficar rouco (…) propiciando alguns eventos de adoecimento respiratório”, destacou a professora.
Segundo a doutora, essa alteração brusca na temperatura requer cuidados para evitar adoecimentos.
“O cuidado básico com a saúde é a melhor lição de todas. Usar um traje adequado, sem exageros, lembrar da hidratação sempre frequente, do uso do protetor solar e, se adoecer, a lição de casa: procure um médico”, sugeriu a médica.
Apesar da temperatura mais amena, é sempre importante lembrar das precauções que devem ser tomadas durante o verão.
“Sempre é interessante lembrar que o nosso sol é inclemente. Ele é um sol forte, nós (brasileiros) somos de um país tropical, então o protetor solar ele não é descontinuado, não é de vez em quando. Tem que usar diariamente, fazer todo o cuidado. A pessoa é dona da própria saúde. A maioria de nós nascemos com uma saúde muito boa, sem grandes problemas. Então é respeitar os nossos limites, de sono, de repouso, de alimentação. A busca pelo equilíbrio é a grande mola propulsora da saúde humana”, finalizou.
Segundo o CPTEC, as temperaturas devem continuar mais baixas até o início da próxima semana, quando passam a ter uma leve elevação.