Implantação das estações de conexão em Taubaté será adiada em, pelo menos, seis meses
Conclusão estava prevista para o final deste ano.
Em 30/12/2024 09:00 por Redação Guia Taubaté
A implantação de três estações de conexão do transporte público em Taubaté, que estava prevista para ser concluída até o final deste ano, sofrerá um atraso de pelo menos seis meses. As estações, localizadas no Cecap, nos Campos Elíseos e na Rodoviária Nova, foram anunciadas como uma das contrapartidas pela prorrogação do contrato de concessão com a ABC Transportes, em junho de 2023.
Em resposta a questionamentos, tanto a Prefeitura de Taubaté quanto a ABC Transportes alegaram uma nova justificativa para o atraso: a implantação das estações está condicionada a uma alteração no subsídio pago pelo município à empresa.
Como essa mudança no subsídio foi adiada, o cronograma do projeto das estações também foi ajustado.
Detalhes das estações
Segundo o projeto, as estações de conexão permitirão que passageiros integrem as linhas urbanas e rurais sem necessidade de pagar uma nova tarifa.
- A estação do Cecap será instalada na Avenida Carlos Pedroso da Silveira, próxima à baia de ônibus da entrada do Cecap 1.
- A estação da Rodoviária Nova ficará na Rua Benedito da Silveira Moraes, ao lado do terminal rodoviário.
- Já a estação dos Campos Elíseos será localizada na Rua dos Cravos, nas proximidades da Praça Constância Alvarenga Peixoto.
As estações do Cecap e dos Campos Elíseos contarão com estruturas cobertas, enquanto na Rodoviária Nova será utilizada a parte frontal coberta do terminal. Todas as estações terão iluminação, internet gratuita e totens com informações sobre o sistema de transporte.
Mudanças no subsídio
Desde março de 2021, a Prefeitura pagava à ABC Transportes R$ 1,50 por passageiro transportado, o que resultava em um gasto mensal de R$ 550 mil, ou R$ 6,6 milhões por ano. No ano passado, para renovar o contrato que se encerraria em maio de 2024, a empresa exigiu uma mudança na fórmula do subsídio, o que foi aceito pela Prefeitura, prorrogando o contrato até 2034.
O novo acordo estabeleceu um modelo híbrido de subsídio para os 12 primeiros meses: nas linhas de maior demanda, o valor permaneceu em R$ 1,50 por passageiro, enquanto nas linhas de menor demanda, passou a ser R$ 10,05 por quilômetro rodado. Com isso, o custo anual do subsídio foi elevado para R$ 19,6 milhões.
Após esse período, o contrato prorrogado previa a possibilidade de aplicar o subsídio por quilômetro rodado em todas as linhas, incluindo as de maior demanda, uma medida defendida pela ABC. No entanto, a Prefeitura não concordou, autorizando apenas um aumento no valor pago por quilômetro rodado nas linhas de menor demanda, de R$ 10,05 para R$ 11,22. Com isso, o gasto anual com subsídios deve chegar a R$ 23 milhões.
Posicionamento das partes
A Prefeitura informou que o investimento nas estações de conexão está condicionado à implementação do modelo de tarifa de remuneração por quilômetro rodado em todas as linhas do sistema, motivo pelo qual a implantação das estações foi prorrogada para junho de 2025.
Além disso, afirmou que iniciará negociações com a ABC Transportes para antecipar os investimentos, visando racionalizar as linhas e ampliar a oferta com a frota atual.
Por sua vez, a ABC Transportes afirmou que a adoção do subsídio por quilômetro rodado em todas as linhas "ainda não ocorreu devido a uma decisão da Prefeitura".