Relatório aponta que vazamento da Sabesp causou rachaduras em casas no Jardim Independência em Taubaté

A Prefeitura de Taubaté divulgou nesta segunda-feira (16) o resultado de um relatório técnico que aponta que vazamentos na tubulação da Sabesp causaram rachaduras em pelo menos oito residências no Jardim Independência. As casas estão interditadas desde o início do ano.

De acordo com o estudo, a sobrecarga da pressão de água, devido ao vazamento na rede que passava por uma viela próxima à avenida Antônio de Queiroz Filho, resultou em deslocamento do solo e fissuras nos imóveis. O relatório foi desenvolvido por uma empresa especializada contratada pela prefeitura e inclui análises geotécnicas, sondagens e dados pluviométricos coletados nos últimos dez anos.

A prefeitura destaca que, mesmo em períodos anteriores com volumes de chuva iguais ou superiores aos registrados em janeiro deste ano, não foram observados deslizamentos no local. O estudo ainda conclui que a rede de água estava em desacordo com as diretrizes técnicas, sem sistemas adequados para resistir às movimentações naturais do solo.

Com o laudo finalizado, a administração municipal informou que seguirá com as obras na avenida e tomará medidas administrativas e judiciais para responsabilizar a Sabesp pelos problemas identificados.

Obras no Jardim Independência

As obras no bairro, iniciadas em agosto deste ano, têm orçamento estimado em R$ 2,5 milhões e incluem a recomposição das redes de drenagem, gás, água e esgoto. Segundo a Secretaria de Obras, o prazo de conclusão é de quatro a seis meses.

Até o momento, os trabalhos avançaram com a troca do solo nos pontos mais críticos da avenida, instalação de contenções com perfis metálicos e gabião, e a recomposição das linhas de drenagem. Parte do leito da via também começou a ser reconstruído.

Das oito famílias que tiveram suas casas interditadas, quatro recebem auxílio-aluguel de R$ 700 mensais, enquanto as demais não solicitaram o benefício ou não apresentaram a documentação necessária.

Problema histórico

De acordo com os moradores, as rachaduras começaram a surgir em 2020, mas o problema se intensificou em janeiro deste ano, após fortes chuvas na região. O afundamento do asfalto e a movimentação do solo levaram à interdição das residências afetadas.

O que diz a Sabesp?

Em nota, a Sabesp informou que não foi comunicada sobre o relatório da prefeitura e que discute o caso em processo judicial.

"A Sabesp esclarece ainda que suas redes estão desativadas desde janeiro na Avenida Antônio de Queiroz e que vistorias realizadas anteriormente no local não apontaram relação entre as operações das redes de água e esgoto com as situações nos imóveis. A Companhia ressalta que filmagens internas da tubulação constataram a integridade da rede e do coletor-tronco", diz a nota.