Entenda o que é a doença Mpox

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou recentemente que a doença Mpox foi novamente classificada como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).

O nível mais alto de alerta para a doença havia sido declarado anteriormente no final de julho de 2022, sendo posteriormente rebaixado em maio de 2023 devido à redução global no número de casos. 

Nesta terça-feira, 27 de agosto, o município de Lorena registrou seu primeiro caso de Mpox. Trata-se de um homem de 25 anos, que está atualmente em isolamento domiciliar.

Além deste caso confirmado, Lorena possui um outro caso suspeito, envolvendo um homem de 66 anos, que também segue em isolamento. A administração municipal já descartou um caso suspeito neste ano.

No Vale do Paraíba e Litoral Norte de São Paulo, foram registrados 23 casos de Mpox neste ano, conforme dados fornecidos pela Secretaria Estadual da Saúde.

Entre janeiro e agosto, a distribuição dos casos na região foi a seguinte: 20 casos no Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) de São José dos Campos, dois no GVE de Taubaté e um no GVE de Caraguatatuba. 

De acordo com os dados divulgados pela SES, não é possível identificar os números separados por cidade. Até agosto do ano passado, o Vale do Paraíba e Litoral Norte de São Paulo não registravam casos da doença. Durante todo o ano de 2023, apenas três casos foram contabilizados, todos no GVE de São José dos Campos.

O que é a Mpox?

A Mpox é uma zoonose viral, uma doença que foi transmitida aos seres humanos por um vírus que circula entre animais. Antes do surto de 2022, a doença era registrada principalmente nas regiões da África Central e Ocidental, especialmente em áreas próximas a florestas, onde os hospedeiros — como roedores e macacos — são encontrados. 

A Mpox é causada pelo vírus monkeypox, que pertence à mesma família (poxvírus) e gênero (ortopoxvírus) da varíola humana, sendo considerados os maiores e mais resistentes vírus de DNA conhecidos.

Apesar de a varíola humana ter sido erradicada em 1980, sendo também muito mais letal que a Mpox, esta última apresenta uma taxa de letalidade histórica entre 3% e 6%, antes do surto atual. 

O primeiro caso de Mpox em humanos foi identificado em 1970. Complicações mais graves são comuns em pacientes com problemas no sistema imunológico, podendo evoluir para pneumonia, sepse, encefalite (inflamação do cérebro) e infecções oculares, que em alguns casos, podem levar à cegueira.

Os principais sintomas da Mpox incluem:

• dores nas costas
• dores de cabeça
• febre
• calafrios
• cansaço
• erupções cutâneas (feridas na pele) 
• inchaço dos gânglios linfáticos. 

Segundo o Ministério da Saúde, o período de incubação da doença — intervalo entre a exposição ao vírus e o aparecimento dos sintomas — varia de 3 a 16 dias, podendo chegar a até 21 dias.

Após o surgimento de sintomas como erupções cutâneas, o período de transmissão do vírus a outras pessoas termina quando as crostas das feridas desaparecem. Geralmente, as erupções cutâneas começam entre um a três dias após o início da febre, mas também podem aparecer antes.

Transmissão

A principal via de transmissão da Mpox é o contato próximo e prolongado com uma pessoa infectada, especialmente quando há lesões na pele, como erupções cutâneas, crostas, feridas, bolhas ou fluidos corporais (secreções e sangue).

A infecção também pode ocorrer através do contato com objetos recentemente contaminados, como roupas, toalhas, roupas de cama, utensílios e pratos, que tenham sido manuseados por alguém infectado.

Uma pessoa infectada pode transmitir a doença desde o início dos sintomas até a completa cicatrização das lesões de pele. A evolução da doença é, na maioria dos casos, para quadros leves ou moderados, com duração entre duas a quatro semanas.