Taubaté recebe VII Mostra de Arte sobre aspectos do folclore paulista

Nesta quarta-feira, 14 de agosto, Taubaté recebeu a abertura da VII Mostra de Arte sobre Aspectos do Folclore Paulista. O evento inaugural foi marcado por apresentações musicais e experiências culturais, incluindo um bate-papo sobre a importância das associações e entidades sem fins lucrativos no desenvolvimento de ações que visam democratizar o acesso aos bens culturais pela população.

A realização desta edição da mostra é uma parceria entre as áreas de museus da cidade com a Associação de Amigos de Museus de Taubaté (AMUT), uma organização sem fins lucrativos que tem como objetivo principal apoiar as atividades dos museus, contribuindo para seu desenvolvimento e para a preservação do patrimônio museológico.

Em entrevista ao Guia Taubaté, a gestora da área de Museus, Tina Lopes, explicou um pouco dessa parceria:

“Essa colaboração com a AMUT surgiu justamente com o propósito de aproximar os cidadãos dos museus, permitindo que todos conheçam esses espaços. Além dos aspectos do folclore, que é o tema central desta mostra, também temos obras de artistas como Mestre Justino, Georgina de Albuquerque e Clorodomiro Amazonas, que fazem parte da rica cultura taubateana.”

Durante a cerimônia de abertura, a presidente da AMUT, Ana Paula Vaz Boechat de Azevedo, ressaltou os objetivos da associação: 

“O espaço de museu é para todos nós, e não somente para quem é culto, ou quem é intelecto. Sem histórias, sem ‘a gente’ não existiriam museus. E ele nada vai ser se nós não estivermos dentro desses espaços. O museu é feito para aproximar pessoas. Um dos objetivos, justamente da associação, é trazer os indivíduos para os museus, de uma maneira que represente a comunidade, pois a cultura pode mudar e desenvolver.”

Nesse aspecto, a gestora da área de museus da cidade, explica sobre o motivo desta 7ª edição ser voltada para o folclore paulista:

“A importância está em valorizar os saberes e fazeres do nosso povo. O folclore é transmitido de geração em geração, por meio da oralidade, culinária e costumes. Esta mostra destaca aspectos do folclore paulista, com um enfoque especial no Vale do Paraíba e na região sudeste. Contamos com 24 expositores e 27 obras selecionadas por meio de um edital.”

Durante o evento, o “Mestre Paizinho” apresentou sua experiência folclórica com o artista, porta, agente cultural e ícone de cultura popular local: Geraldo De Paula Santana Filho, conhecido como Mestre Paizinho, com “O Moçambique”.

“O Moçambique” é uma expressão folclórica de caráter religioso, trazida pelos escravos da África. Taubaté é uma das poucas cidades do interior paulista que ainda preserva este ritual. A Cia de Moçambique Unidos a São Benedito do Parque Bandeirantes teve sua fundação em 22 de outubro de 1947, com saudoso Paizão (Geraldo de Paula Santana); e é destaque por muitas cidades de São Paulo, inclusive o município, como parte do patrimônio imaterial.

No Moçambique, os seus componentes se apresentam com roupas brancas, as faixas vermelhas, e principalmente, o uso dos guizos presos nos tornozelos e o uso de paus, além do uso de bandeiras trazendo representação religiosa que evoca o respeito dos participantes. A bandeira é empunhada pelo chefe, que deve ficar à frente, orquestrando o ritual.

Além disso, o evento contou com música ao vivo, com cantigas com viola caipira, com o artista e músico local Valcir Rangel, com o grupo Viola Elétrica.

O Guia Taubaté também entrevistou o Reinaldo Sonhador, com sua peça à exposição na obra, “Coração Taubateano”.

“Foi feito em cerâmica, em formato de coração, com o pavão dentro, que é um símbolo paulista que nasceu aqui em Taubaté. Para mim é sempre de bom grado participar de todas as mostras, como essa em que fui convidado. Trouxe essa obra que se encaixava muito bem, que é o pavão e por isso trouxemos aqui, e é um prazer muito grande participar, ficamos muito contentes”, relatou o Reinaldo Sonhador.

A Mostra inclui diversas oficinas e palestras gratuitas, com o objetivo de promover discussões e análises do folclore regional, além de integrar esses conteúdos ao fazer pedagógico, ampliando o conhecimento como prática social. 

“Nós convidamos todos que visitem no Museu aberto de terça-feira a domingo das 9h às 17h durante a semana, e aos finais de semana, 9h às 16h. Nos visite para conhecer, não somente a mostra, mas o museu como um todo”, concluiu, Tina Lopes.

O Museu da Imagem e do Som de Taubaté é localizado na Avenida Tomé Portes Del Rei, 761 – Jardim Ana Emília.

Confira a programação:

Ciclos Palestras

Dia 21 de agosto, quarta-feira, às 19h.

A Cultura Popular como Objeto da História: Taubaté como estudo de caso

Fabiana Pazzine Rubim, foi professora, coordenadora de projetos educacionais na área de Humanidades, pesquisadora historiadora da área de Museus de Taubaté.

Uma experiência com as Figureiras de Taubaté 

Elisabete Silva de Faria (Betinha): representante do Conselho Municipal de Cultura setorial artesanato, agente propagadora das “Figureiras” de Taubaté.

Dia 04 de setembro, quarta-feira, às 19h.

O Papel da Geografia na Interpretação Folclórica

Dinah Vieira da Costa: geógrafa, professora com experiência em projetos culturais e educativos, membro da diretoria da AMUT.

Dia 24 de setembro, quarta-feira, às 19h.

A Tradição Oral: inclusão dos mitos, contos populares e lendas locais na sala de aula

Ana Paula Vaz Boechat de Azevedo: professora com experiência em projetos culturais e educativos, escritora, membro da Academia Taubateana de Letras.

Dia 02 de outubro, quarta-feira, às19h.

Qual é a importância de conhecermos os patrimônios materiais e imateriais da cidade?

Lia Carolina Prado Alves Mariotto: historiadora , paleógrafa, professora , membro do Instituto de Estudos Valeparaibanos e um importante nome para o Arquivo Histórico da cidade de Taubaté e para o Vale do Paraíba.

Oficinas

Local: Avenida Santa Luzia de Marillac, 1481 – Vila São José, na Bibliotexa Professora Maria Morgado de Abreu

Dia 15 de agosto, quinta-feira, às 14h.

Oficina de histórias orais e ilustração

Mauricio Pereira: escritor, quadrinista, ilustrador, designer e um contador de causos apaixonado por temas folclóricos. Seus textos refletem o modo de vida simples do interior e revelam seu apreço pela riqueza da cultura brasileira. Alguns de seus livros são “Contos de Assombração” e “Causos Assombrosos”.

Dia 21 de agosto, quarta-feira, às 14h

Oficina com argila – homenagem às figureiras

Alexandre Morais: artista plástico, desenhista, ilustrador, desenvolve e participa de diversas oficinas em projetos culturais na cidade

Dia 28 de agosto, quarta-feira, às 14h

Oficinas de gravuras com personagens folclóricos

Nathalia Novaes: arte-educadora e arquiteta

Dia 11 de setembro, quarta-feira, às 14h

Oficina de balangandã

Fábio Scarenzi: artista plástico, fotógrafo e ilustrador.

Dia 25 de setembro, quarta-feira, às 14h

Oficina acessibilidade Primavera de Museus – Oficina Folclore sensorial

Beth Corregiari: arte educadora, cineasta e articuladora cultural