
Nova denúncia do MP aponta relação de Ortiz Junior com lobista
Segundo Ministério Publico, casal Ortiz se hospedou em São Paulo com dinheiro de Djalma Santos
Em 01/11/2012 11:42 por Guia Taubaté
O Ministério Público Eleitoral de Taubaté entrou com uma ação no último domingo, 28 de outubro, contra o prefeito eleito, Ortiz Junior (PSDB). O inquérito enviado pela Promotoria aponta que o tucano tinha uma relação muito próxima com o ex-diretor da empresa Diana Paolucci, Djalma Santos, agente principal da denúncia.
Para estabelecer essa afirmação, o MP se baseou em testemunhas e documentos. O principal deles seria um comprovante de pagamento da fatura de um hotel.
Segundo a denúncia, no dia 11 de julho de 2011, Junior e sua mulher, Mariah Perrotta Ortiz, se hospedaram no Hotel Gran Corona, em São Paulo.
A conta da noite em que o casal se instalou, cujo valor não foi revelado, teria sido paga no dia seguinte pelo lobista.
Ainda segundo a denúncia, o carro particular do ex-diretor foi usado para levar e buscar o casal Ortiz.
A relação
Para o MP, Ortiz Junior e Djalma Santos se conheceram em 2007, mas ficaram próximos a partir de 2011 quando o ex-prefeito Bernardo Ortiz (PSDB), pai de Ortiz Junior, foi nomeado presidente da FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação).
De acordo com a Promotoria, Junior pediu a Djalma que articulasse a criação de um cartel de empresas para atuar em licitações da FDE.
O prefeito eleito ainda teria assumido o compromisso de contratar a empresa Diana Paolucci, representada pelo lobista, para fornecimento de material escolar para a Prefeitura de Taubaté, caso fosse eleito.
Segundo processo, após os dois chegarem a um acordo, Djalma ajudou Junior a direcionar a aquisição das mochilas, em agosto de 2011. A empresa Capricórnio, que faria parte do cartel, foi a vencedora da disputa.
A compra foi concluída por R$ 34,9 milhões. Em troca, o tucano teria recebido propina de R$ 1,74 milhão, equivalente a 5% do valor total do contrato. O percentual teria sido combinado pelo lobista diretamente com as empresas, a pedido do prefeito eleito de Taubaté.
O esquema
De acordo com o MP, o objetivo de Ortiz Junior era arrecadar até R$ 8 milhões com o esquema. Na denúncia, foi apontado que o dinheiro da propina foi usado para financiar a campanha do tucano à Prefeitura de Taubaté em 2012.
Uma das provas apresentadas pela Promotoria é um cheque de R$ 34 mil que teria sido entregue por Djalma Santos a Junior, em agosto de 2011. O documento estava em nome de Marcelo Pimentel, marqueteiro da campanha do tucano.
Com base nisso, no último domingo, após a eleição, o Ministério Público de Taubaté enviou à Justiça Eleitoral uma ação para tentar barrar a diplomação de Junior.
Como Ortiz Junior recebeu mais de 50% dos votos válidos no segundo turno, caso o pedido seja aceito, o município terá que realizar uma nova eleição.
A Promotoria pede que o Junior e seu pai, Bernardo Ortiz, que teria sido conivente com a atuação do filho na FDE, sejam declarados inelegíveis por um período de 8 anos e condenados ao pagamento de multa.
A ação segue em análise pelo juiz da 141ª Zona Eleitoral de Taubaté, Paulo Roberto da Silva. Ainda não foi tomada nenhuma decisão.
Defesa do atual Prefeito
Ortiz Junior foi procurado pela equipe do Guia Taubaté, mas segundo sua assessoria de imprensa, o tucano está fora da cidade com sua família. Ainda foi informado que os advogados de Junior não receberam o documento e somente após análise, o prefeito eleito se pronunciará sobre o assunto.
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