
Professor da Unitau integra grupo de pesquisa em cirurgia fetal
Dr. Gregório Acácio participa de grupo que estuda formas de operar os fetos ainda na barriga das mães
Em 12/03/2017 12:12 por redação/ Guia Taubaté

O Prof. Dr. Gregório Acácio, docente do curso de Medicina da Universidade de Taubaté (Unitau) e responsável pelo setor de ginecologia e obstetrícia da instituição, integra o grupo de pesquisa em cirurgia fetal do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. A linha de pesquisa deste grupo estuda formas de operar os fetos ainda na barriga das mães.
“Existem diversas doenças que um feto pode ter, e para cada doença, há um tipo de cirurgia que pode ser realizada. Cirurgia fetal é uma situação de exceção, não é uma regra. Na imensa maioria das vezes, ela só é realizada caso haja risco de vida para o feto”, comenta o professor.
De acordo com o docente, o procedimento de operar bebês ainda em gestação teve início nos anos 90. “No final dos anos 90, as cirurgias eram feitas a céu aberto. Quando a mulher estava grávida, abria a barriga como se fosse fazer uma cesárea, abria o abdômen e o útero da paciente, tirava o neném e fazia determinada cirurgia, e depois fechava o abdômen e a gravidez seguia em frente. Só pelo tamanho da cirurgia você já vê que é uma coisa que aumenta riscos para a mãe e para o bebê”, afirmou.
O grupo de pesquisa de que o professor participa propõe a fetoscopia, ou seja, realizar um procedimento similar à laparoscopia, no qual a cirurgia é realizada a partir de pequenos furos e não há necessidade de abrir a barriga da paciente.
“A partir desse princípio da fetoscopia, nosso grupo idealizou uma técnica em que a gente tira o líquido amniótico, injeta gás dentro do útero, ou seja, o bebê fica no seco, e a gente opera a coluna do bebê”, explica o prof. Gregório.
Geralmente, o procedimento é feito quando é detectada uma doença chamada meningomielocele, uma má formação da coluna vertebral. “Imagine a coluna do bebê como sendo um zíper e esse zíper falhasse, quando um pedaço não fecha. Por aquele lugar aberto saem coisas da medula e isso compromete o movimento do bebê”, esclarece o docente.
Essa técnica tem atraído diversos grupos estrangeiros que vêm até o Brasil para aprender com a equipe da qual o Prof. Dr. Gregório participa. No início deste ano, o grupo de médicos brasileiros participou de um procedimento que foi realizado em Israel.
“Tudo começou com a gente mandando os documentos há mais de um ano para que fosse traduzido para o hebraico, para que o Ministério da Saúde de lá autorizasse que um brasileiro operasse no país deles”. Após a aprovação do governo, o grupo esperou que um caso fosse identificado. “Para nossa surpresa, o caso que surgiu foi o de uma palestina. O país que vive em guerra e não é nem reconhecido como país pelos judeus. Um colega médico de lá conseguiu autorização para que essa palestina viesse para Israel e que os médicos da paciente acompanhassem a cirurgia. Foi significativo no sentido de que uma palestina foi operada em um hospital de judeus por uma equipe brasileira. Nesse mundo em que a gente tem tanta intolerância, esse foi um grande exemplo de tolerância”, contou.
Por conta do alto custo, o procedimento não é oferecido pelos serviços públicos e são poucos os convênios que oferecem esse serviço. “Esse serviço é realizado de forma particular, então, por enquanto, é reservado a uma pequena parcela dos pacientes. Já operamos 50 casos, contando esse de Israel. Nossa ideia é ampliar isso e trazer para o Vale do Paraíba”, finaliza o docente.
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