Outubro é marcado pela conscientização e luta contra o câncer de mama
A campanha reforça a importância do diagnóstico precoce e da prevenção do câncer de mama e o câncer de colo de útero.
Em 31/10/2024 17:00 por Fernanda Bueno/Redação Guia Taubaté
O mês de outubro é marcado pela campanha “Outubro Rosa”, um movimento internacional que visa conscientizar as mulheres sobre a importância da prevenção do câncer de mama e do colo do útero, valorizando o autocuidado e o protagonismo feminino por meio do símbolo do autoabraço.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo de câncer mais frequente em mulheres, depois do câncer de pele. Para o Brasil, foram estimados 73,6 mil novos casos em 2024, com um risco de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres.
Já o câncer do colo do útero é o segundo tipo mais comum entre as mulheres no mundo, depois do câncer de mama, e a principal causa de morte por câncer em muitos países. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, é o terceiro tumor mais incidente na população feminina, com 17 mil novos casos por ano no triênio 2023-2025, correspondendo a uma taxa de incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres.
O diagnóstico do câncer de mama é feito a partir de uma suspeita clínica, que surge principalmente por meio do autoexame, que consiste na visualização das mamas e na palpação. Após essa suspeita é necessário procurar um mastologista, ginecologista ou oncologista para que seja realizada uma biópsia, a fim de determinar as características do tumor.
De acordo com a doutora Carolina Campanholo Marques, médica oncologista de Taubaté, pacientes que possuem parentes de primeiro grau com histórico de câncer de mama ou de ovário, ou que saibam da existência de alguma mutação genética patogênica na família, devem ficar atentas a partir dos 30 anos.
“A partir disso, temos a recomendação de que seja feito o ultrassom e a mamografia para essa população a partir dessa idade de rastreamento. Já para a população geral, recomendamos o rastreamento com ultrassom e mamografia a partir dos 40 até os 69 anos”, explica a doutora.
Com o rastreamento precoce, é possível identificar o câncer logo no início e, assim, realizar a prevenção. A doutora Carolina Campanholo também explica que existem fatores de risco modificáveis e não modificáveis. Os fatores de risco modificáveis são aqueles que, se controlados, ajudam a evitar a mutação no DNA.
"Evitar o consumo de tabaco e bebidas alcoólicas, praticar exercícios físicos regularmente, manter uma alimentação balanceada e uma boa hidratação são hábitos que contribuem para reduzir os fatores de risco modificáveis”, afirma a doutora.
Em relação aos fatores de risco não modificáveis, a oncologista explica que, quando a paciente possui uma mutação genética patogênica, não é possível mudar o DNA para impedir o risco. Além disso, a exposição prolongada a hormônios — no caso de pacientes que fazem terapia de reposição hormonal, ou que tiveram menarca precoce ou menopausa tardia também é um fator de risco não modificável.
Nem todos os casos de câncer de mama necessitam da remoção total da mama.
“Tudo depende do estágio inicial da lesão. Se for uma lesão muito pequena ou um pouco maior, podemos planejar um tratamento neoadjuvante, que consiste em uma quimioterapia para reduzir o tamanho da lesão. Assim, podemos fazer uma cirurgia que não retira toda a mama, mas apenas uma parte, chamada de quadrantectomia, que é a retirada parcial da mama”, explica a doutora Camila Campanholo.
O movimento do Outubro Rosa relembra a importância do cuidado contínuo com a saúde feminina e da força da união na luta contra o câncer de mama. A conscientização gerada ao longo deste mês é um convite para que cada mulher conheça seu corpo, cuide de si e compartilhe informação.