Transporte irregular de lixo hospitalar é tema em sessão na Câmara

O descarte e transporte irregular de lixo hospitalar foi colocado em evidência pela Câmara na sessão da última segunda-feira, 22 de fevereiro. O plenário aprovou o requerimento do vereador Digão (PSDB), que cobra explicação à prefeitura.

Os materiais perigosos deveriam ser separados em sacos plásticos especiais e etiquetados como resíduos infectantes e resíduos radioativos. Ambos são incinerados, porém, os radioativos são armazenados até que atinjam o nível de radiação que permita o seu destino. 

De acordo com a Comissão Nacional de Energia Nuclear, os hospitais são responsáveis por essa destinação. 

Com base na legislação, os vereadores questionaram o prefeito Ortiz Junior (PSDB) sobre os procedimentos para destinação do lixo produzido pelos Prontos-Socorros adulto e infantil, nas Unidades de Prontos Atendimentos e Policlínicas, inclusive quanto ao uso de ambulância para transporte deste material. A suspeita é que a viatura que transporta lixo hospitalar é a mesma que leva roupas e cilindros de gases.

Na tribuna, o vereador Digão frisou que ambulância não deve ser usada para transportar nenhum tipo de lixo. “No mínimo, o bom senso tem que prevalecer. Se o secretário não conhece os princípios básicos de higiene, rasgue o diploma. As provas estão aí, contra fatos não existem argumentos”, falou, alertando: “A porta de entrada da contaminação é o Pronto-Socorro”.

Luizinho da Farmácia (PROS) chamou atenção para a gravidade da denúncia, a possibilidade de o material infectante contaminar outras pessoas, e cogitou a hipótese de se chamar o secretário de Saúde para prestar esclarecimentos. “A Casa tem que agir dessa maneira, porque o que fizermos de bom é bom para a população. Temos que ter seriedade, a saúde é assunto sério. O descarte de lixo também é coisa séria, temos que saber a empresa que pega o lixo, para onde vai e como vai.”

Oposicionista, o vereador Salvador Soares (PT) avaliou que, assim como essa denúncia, toda a responsabilidade pela administração pública recai sobre o prefeito. “O único eleito foi o prefeito. Se alguém tem que responder, é ele. Tudo o que falamos no início do mandato está se provando, os vereadores estão se rebelando, sabíamos que o prefeito não tem plano de governo, não tem gestão. O responsável é um, e se chama Ortiz Junior.”