Taubateanas relatam os desafios enfrentados diariamente
Preconceito, discriminação, e outros problemas relatados por moradoras de Taubaté
Em 08/03/2018 15:50 por Barbara Monteiro
Na primeira década do século XX, nos Estados Unidos, foi instituída a primeira comemoração do Dia Internacional da Mulher. Na época, jornadas de trabalho de 15 horas diárias e a discriminação de gênero eram as questões mais discutidas.
Atualmente, mais de um século depois, as mulheres ainda vivem questões semelhantes. Diante de um mundo mais desenvolvido e avançado, assuntos como a carga horária de trabalho da mulher continuam sendo discutidos, e muitas vezes protestados.
Em Taubaté, o cenário vivido pelas mulheres não é diferente, com o cotidiano da mulher sendo constituído de lutas. Além do trabalho, da família e da casa, o universo feminino batalha diariamente para conseguir um meio de se empoderar.
Em meio a tanto preconceito e discriminação, as mulheres tentam (e conseguem) se estabilizar em todas as áreas de suas vidas. Por esses e outros motivos, elas merecem ser parabenizadas, não só no Dia Internacional da Mulher, mas todos os dias.
Pensando nisso, o Guia Taubaté separou relatos e depoimentos de taubateanas para entendermos os desafios enfrentados por elas diariamente:
“Como empresária, ainda pedem pra resolver os problemas com o meu marido. Infelizmente o machismo impera. Mulher bem sucedida, ou tem pai, ou marido rico.” – Luciana Ramirez, 46 anos.
“Tenho notado bastante preconceito no trânsito. Uma vez meu namorado passou, buzinou e o motorista deu abertura. Na hora que eu fui passar ele me fechou” – Giovanna Rocha, 19 anos.
“Um dos maiores problemas é sair da faculdade de noite e pegar o ônibus. Sinto medo por conta do assédio.” – Joyce Fernanda, 20 anos
“Por ter 13 anos ainda, as pessoas me veem como criança e acham que não sei das coisas, não sei me defender e não sei do mundo. Mas sempre tento mostrar que entendo muito bem os meus direitos e das outras pessoas também.” – Giovanna Toledo, 13 anos.
“Atuo na área de engenharia e já perdi vaga de emprego por ser mulher.” – Maria Eduarda Máximo, 20 anos.
“No setor de saúde as mulheres possuem uma demanda maior de trabalho, então os homens são atendidos muito mais rápido.” – Patrícia Ronconi, 35 anos.
“Acho que não só as taubateanas, mas sim todas as mulheres sofrem com o assédio e a falta de respeito” – Juliana Dória Clemente – 22 anos.
“Há o sucateamento do sistema de saúde, que pra conseguir uma consulta ou fazer um exame a mulher precisa esperar muito. Como vamos nos prevenir contra o câncer de mama, uma preocupação depois dos 40, se ela demora 1 ano pra conseguir uma mamografia pelo SUS?” – Marta Vasconcellos, 41 anos
“Mulheres sempre são favorecidas nas baladas da cidade. Elas costumam pagar menos na entrada. Acredito que quando você não paga por um produto, o produto é você.” – Isabelle Mancilla, 19 anos.
Ao ser questionada sobre como é ser mulher, Neiva Pereira, de 37 anos, resumiu de forma simples e delicada: “É sair do serviço no final da tarde e ainda enfrentar uma maratona em casa, cuidar dos filhos. É, apesar de toda a correria do dia a dia, ainda ter tempo para se cuidar e estar sempre linda! Como somos mulheres tiramos de letra”.