“FRATERNIDADE E FOME” Politíca

Tema da Campanha da Fraternidade é debatido na Câmara de Taubaté

Padre convidado classifica a fome como “uma tragédia, um escândalo e uma vergonha


Em 03/03/2023 10:25 por redação/ Guia Taubaté


Tema da Campanha da Fraternidade é debatido na Câmara de Taubaté
Paulo Alexandre, Padre Jose Amarildo Junior, Joao Henrique Dentinho, Celinha Marques e Danilo Elvis (FOTO: Fernanda Maria)

O tema escolhido pela igreja católica para a Campanha da Fraternidade deste ano, “Fraternidade e fome”, é uma questão urgente. De acordo com o 2º VIGISAN – Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no contexto da pandemia da covid-19 no Brasil, publicado em 2022, 33 milhões de brasileiros não conseguem se alimentar e mais da metade da população do país, 125,2 milhões de pessoas, vive com algum grau de insegurança alimentar. 

Esse debate ganhou contornos durante a conferência temática na Câmara de Taubaté, no dia 1º, coordenada pelo vereador João Henrique Dentinho (União). “Que seja uma Campanha da Fraternidade de matar a fome enquanto promoção, e não enquanto assistencialismo eterno. O assistencialismo eterno não tira a dignidade de alguém, mas alimenta a indignidade, a gente torna a pessoa indigna de tirar o próprio sustento, sendo que, muitas vezes, ela tem poder e capacidade, mas não teve alguém que conduziu e empurrou para que buscasse a dignidade.”

Orador convidado para discorrer sobre o tema, o padre José Amarildo Rangel Junior disse que, em 50 anos, esta é a primeira vez que a Campanha traz esse assunto como referência para uma ação concreta, e classificou a fome como “uma tragédia, um escândalo e uma vergonha”. Entre as causas, ele citou a estrutura fundiária brasileira, as “perversas” políticas agrícola e salarial, o desemprego e o subemprego, além de “comportamentos morais lamentáveis”. 

“A Campanha quer sensibilizar a sociedade e a igreja para enfrentarem o flagelo da fome sofrido por uma multidão de irmãos e irmãs, por meio de compromissos que transformem essa realidade a partir do evangelho de Jesus”, afirmou o padre.

O 2º vice-presidente do conselho joseense da Sociedade São Vicente de Paulo, Danilo Elvis Peçanha Antunes, explicou que mais de três mil pessoas são assistidas pela entidade e pediu o apoio dos vereadores, por meio de emendas impositivas ao orçamento municipal.

“Olhem para as causas que nos apoiam, contribuam, vocês têm emendas que podem ser destinadas para as nossas instituições de permanência para idosos. Não é fácil ser vicentino, é um dom, é Deus quem chama, porque a conta não fecha só vendendo salgadinho em festa”, disse Danilo.

Autora do decreto legislativo que institui a conferência, a ex-vereadora Celinha Marques, que é professora, disse ser necessário preparar as crianças e os jovens para a mentalidade de acolhimento. Ela lamentou que, infelizmente, muitas famílias deixam de doar alimentos que têm em casa e acabam jogando no lixo após o vencimento do prazo de validade.

Participaram da reunião os vereadores Elisa Representa Taubaté (Cidadania), Marcelo Macedo (MDB) e Serginho (Progressistas).

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