Idoso de 63 anos é resgatado em condições análogas à escravidão em Taubaté

Um idoso de 63 anos foi resgatado em condições análogas à escravidão em Taubaté. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), o resgate aconteceu no mês de agosto, em operação conjunta com a Polícia Federal e outros órgãos públicos.

De acordo com o MPT, o idoso foi contratado por uma família para trabalhar como caseiro em uma chácara, mas foi resgatado em condições precárias, sem o mínimo para sobreviver e sem nenhum direito trabalhista sendo cumprido.

O homem de 63 anos não tinha registro em carteira de trabalho há dois anos e quatro meses. Nesse período, ele havia recebido apenas R$ 350 de remuneração, além de uma cesta básica, no primeiro mês de trabalho.

Além do caseiro, os quatro cães cuidados pelo caseiro, de propriedade da família, também deixaram de ser alimentados. Os animais eram alimentados pelo idoso, que era obrigado a dar da própria comida, obtida através de doações dos vizinhos.

Segundo o Ministério Público do Trabalho, os patrões tiraram todos os móveis da propriedade, inclusive o chuveiro, e cortaram a água do imóvel. O homem cozinhava no fogão a lenha e se alimentava de frutas de pomares. Ele informou que se banhava de água gelada, retirada de um poço artesiano.

Acordo

Os empregadores do caseiro firmaram acordo para o registro retroativo do idoso e o pagamento de todas as verbas salarias e rescisórias devidas.

Segundo o MPT, os fiscais garantiram a emissão da guia de seguro-desemprego do trabalhador resgatado, e ele foi removido para um abrigo municipal pela Secretaria de Assistência Social de Taubaté.

O caso é investigado pela Polícia Federal, que compareceu ao local para elaborar um laudo das condições degradantes verificadas.

Em todo o país, foram resgatados 532 trabalhadores em condições análogas à escravidão. As denúncias de trabalho análogo à escravidão podem ser realizadas de forma sigilosa pelo site www.mpt.mp.br, pelo aplicativo Pardal ou pelo Disque 100.