Casa é invadida por abelhas e morador precisa deixar imóvel por dois dias em Taubaté

Neste fim de semana, uma casa localizada no bairro Novo Horizonte, em Taubaté, foi invadida por milhares de abelhas migratórias. Segundo o proprietário do imóvel, os insetos permaneceram no local por dois dias, forçando-o a deixar a residência temporariamente. Acredita-se que o fenômeno esteja relacionado às recentes queimadas na região.

Jean de Lima Soares, engenheiro e morador da casa, relatou que precisou sair do imóvel devido à grande quantidade de abelhas, que já haviam ocupado diversos cômodos da residência. "Elas tomaram completamente a copa e a cozinha, entraram nos armários, subiram no fogão, na geladeira. O quintal estava cheio de abelhas voando por todos os lados. Estimo que havia cerca de 3 mil abelhas dentro da minha casa", contou Jean em entrevista.

Soares ainda mencionou que tentou utilizar incensos na tentativa de afastar os insetos, porém a estratégia não funcionou. Um vídeo gravado pelo morador mostra o enxame tomando conta do fogão e de outros móveis da casa.

Especialistas consultados pela reportagem explicaram que Taubaté está situada em uma rota migratória de abelhas. Durante o inverno, o néctar e o pólen, principais fontes de alimento desses insetos, tornam-se escassos, agravando a situação.

Além da mudança sazonal, as queimadas frequentes na região e em todo o estado de São Paulo têm impactado diretamente o ambiente, reduzindo ainda mais a disponibilidade de alimento para as abelhas e forçando os enxames a procurar novos locais para sobrevivência.

"Quando queimam as poucas áreas de vegetação restantes, que ainda poderiam fornecer algum néctar ou pólen, as abelhas são obrigadas a abandonar esses locais e procurar outros em busca de alimento", explicou Albert Anjos, professor de zootecnia da Universidade de Taubaté.

Anjos também alertou sobre o risco que esses insetos representam. "Para pessoas alérgicas, uma única picada pode ser fatal. Já tivemos muitos casos de acidentes graves, inclusive com óbitos, provocados por ataques de abelhas."

Em situações como essa, a recomendação dos especialistas é que a população entre em contato com a Defesa Civil ou com apicultores para a remoção segura do enxame.