Prefeitura de Taubaté identifica falhas estruturais e transfere alunos de escolas municipais

A Prefeitura de Taubaté anunciou, nesta terça-feira (4), a transferência de parte dos alunos do Complexo Jardim dos Estados para outras unidades da cidade. A medida foi tomada dois dias antes do início do ano letivo, após uma vistoria da Defesa Civil e da Secretaria de Obras, que identificou problemas estruturais no prédio.

O espaço, que abriga as escolas Professora Marilda Prado Yamamoto (Educação Infantil) e Aldeeira Sophia de Faria Rosa Martins Ferreira (Ensino Fundamental), foi parcialmente interditado. O local foi adquirido pela prefeitura em 2021, durante a gestão do ex-prefeito José Saud (PP), e a compra é alvo de questionamento na Justiça.

Interdições e impactos para os alunos

O laudo técnico apontou comprometimento estrutural no telhado e nas áreas de sustentação, exigindo a interdição total do prédio onde funciona a Escola Professora Marilda Prado Yamamoto.

Já a Escola Aldeeira Sophia de Faria Rosa Martins Ferreira teve o piso superior fechado e o primeiro pavimento parcialmente interditado.

Transferência dos alunos

A realocação dos estudantes começa na quinta-feira (6), e os responsáveis já foram comunicados sobre as mudanças:

• 53 alunos da Escola Professora Marilda Prado Yamamoto serão transferidos para o prédio da antiga creche Mamãe Coruja, localizado na Rua Eurico Pereira Pena, no bairro Jardim Califórnia, a 600 metros do Complexo Jardim dos Estados.
• Alunos do 4° e 5° ano da Escola Aldeeira Sophia de Faria Rosa Martins Ferreira serão realocados para a Escola Anna dos Reis Signorini (Sedes).
• Alunos do 1°, 2° e 3° ano permanecerão em salas do próprio Jardim dos Estados, em áreas consideradas seguras.

Compra do imóvel é alvo de investigação

O Complexo Jardim dos Estados foi adquirido pela Prefeitura de Taubaté em 2021, por R$ 21 milhões, após a desapropriação de uma antiga escola particular, o Colégio Saad. Em julho de 2024, o Ministério Público ingressou com uma ação por improbidade administrativa, acusando o ex-prefeito José Saud de supostas irregularidades na compra do imóvel.

Segundo o promotor José Carlos de Oliveira Sampaio, a desapropriação teria sido motivada por interesses particulares e realizada com um sobrepreço de R$ 3,4 milhões. A Justiça negou um pedido de urgência para bloqueio de bens dos envolvidos, e o caso segue em análise.

Com as mudanças, a Prefeitura de Taubaté garantiu que tomará providências para minimizar impactos aos alunos e que segue acompanhando a situação da infraestrutura das escolas municipais.