Audiência na Câmara de Taubaté debate segurança pública nas escolas

A Câmara de Taubaté realizou audiência pública na quinta-feira, 27, para debater o tema segurança nas escolas. O evento foi solicitado por meio do requerimento, do vereador Paulo Miranda (MDB).

No requerimento, Paulo considerou que o aumento de casos envolvendo violência dentro das escolas vem causando preocupação à sociedade. Na tribuna, o vereador disse que o objetivo é acalmar os ânimos dos pais e daqueles que se preocupam com as crianças na escola, diante dos acontecimentos em outras cidades. 

“Que cada um possa expor aqui o que vem fazendo e o porquê disso tudo. Lá no começo a gente teve a iniciativa de apresentar dois projetos, mas não houve condições [de aprová-los como leis]. Um era o psicólogo nas escolas, e outro era o botão do pânico, que a gente vê que hoje está caminhando. E mostrar para a população que nós estamos preparados”, completou Paulo.

As ações intersetoriais foram apresentadas pelas Polícias Militar e Civil, Guarda Municipal e Secretarias de Segurança e de Educação. 

Coordenador de operações do 5º Batalhão de Polícia Militar, o capitão Maurício Mathias informou que houve reuniões com dirigentes e professores, além de palestras com objetivo de oferecer “palavras de conforto e segurança para o ambiente escolar”. Acrescentou que não houve casos locais de violência, apenas registros de “ocorrências corriqueiras”. 

O delegado Carlos Eduardo Nascimento afirmou que a Polícia Civil usa ferramentas de geolocalização para identificar os celulares e equipamentos que deram origem aos boatos. “O anonimato não é verdadeiro, o munícipe pode ficar despreocupado porque hoje, mais do que nunca, estamos preparados para buscar as pessoas que tentam trazer o caos para nossa sociedade”, falou.

Para o secretário de Segurança, Capitão Souza, Taubaté enfrenta “uma onda de fake news sem controle na comunidade escolar”. Ele ressaltou que “a resposta das forças de segurança e demais segmentos do poder público tem sido no sentido de dar atenção e trazer normalidade ao ambiente escolar”.

Os números da Secretaria de Segurança de Taubaté foram apresentados pelo coronel Vanderlei Pereira: 4.476 rondas escolares nos primeiros quatro meses de 2023, instalação de 120 câmeras nas portas das escolas, distribuição de 120 comunicadores com dispositivos SOS - conhecido como “botão do pânico”, e integração das câmeras internas ao Centro de Gestão Integrada.

Já na área de educação, a secretária municipal, Vera Hilst, afirmou que foi criado um “cinturão de segurança” com a colaboração das autoridades de ambas as áreas e acrescentou que existe uma equipe especializada na Secretaria para acompanhar incidentes que possam acontecer no dia a dia. Ela alertou aos pais que fiquem atentos à vida digital dos filhos.

Já a supervisora estadual de ensino, Maria Lucia Fazzanaro, destacou a resposta imediata da Polícia Militar no trabalho de apoio e orientação durante essa última semana, quando houve o alerta de um possível ataque nas escolas, mas ela frisou que também acontecem as reuniões periódicas de trabalho. Acrescentou que as escolas estaduais mantêm um grupo de Whatsapp chamado “Vizinhança solidária escolar”, para compartilhar experiências e denúncias.

Representante do Conselho Regional de Psicologia, Bruno Monteiro Carlos disse que é preciso esclarecer o papel do psicólogo no ambiente escolar. “O psicólogo escolar, em especial, seria para o atendimento individualizado, como se a gente pudesse ter condições de antever um possível terrorista estudando nesse ambiente, e esse não é o papel. O objetivo é trazer a reflexão das estruturas violentas que acabam acarretando esses casos.”

Participaram da audiência os vereadores Adriano Coletor Tigrão e Elisa Representa Taubaté, do Cidadania, Alberto Barreto (PRTB), Boanerge (PTB), Diego Fonseca e Rodson Lima Bobi, do PSDB, Jessé Silva (PL), João Henrique Dentinho e Richardson da Padaria, do União, Neneca Luiz Henrique (PDT), Marcelo Macedo (MDB), Serginho (Progressistas), Talita Cadeirante (PSB) e Vivi da Rádio (Republicanos).