CASO KALUME Plantão

Dr. Kalume, médico que denunciou esquema de tráfico de órgãos em Taubaté, morre aos 77 anos

Roosevelt Kalume faleceu nesta quinta-feira (2). A causa da morte ainda não foi divulgada. O 'Caso Kalume', revelado em 1987, ficou marcado pelo nome do médico que denunciou o tráfico de órgãos na cidade.


Em 03/01/2025 09:00 por Redação Guia Taubaté


Dr. Kalume, médico que denunciou esquema de tráfico de órgãos em Taubaté, morre aos 77 anos
Com informações de TV Vanguarda. (FOTO: Reprodução/TV Vanguarda)

O médico Roosevelt de Sá Kalume, responsável por revelar um suposto esquema de tráfico de órgãos em um hospital de Taubaté na década de 1980, faleceu na manhã desta quinta-feira (2) na cidade. Ele tinha 77 anos.

Embora a causa da morte ainda não tenha sido divulgada, fontes apuraram que Kalume estava em tratamento contra um câncer e havia sido internado devido à doença.

Natural de julho de 1947, Kalume teve um velório realizado na tarde desta quinta-feira, no Memorial Sagrada Família, em Taubaté. Seu corpo foi cremado no local.

O Caso Kalume

Em 1987, Kalume revelou um suposto esquema de tráfico de órgãos que ocorria no antigo Hospital Santa Isabel, atualmente o Hospital Regional de Taubaté.

Na época, ele exercia a função de diretor da Faculdade de Medicina e, ao perceber irregularidades, procurou o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) para denunciar o que acreditava ser um programa ilegal de retirada de rins, tanto de cadáveres quanto de pacientes vivos, para doação e transplante, tudo sem o seu consentimento ou conhecimento.

A denúncia implicou três médicos: Pedro Henrique Masjuan Torrecillas, Mariano Fiore Júnior e Rui Noronha Sacramento. O caso, amplamente divulgado na mídia, ficou conhecido como o "Caso Kalume", em referência ao médico que teve coragem de expor a fraude.

O escândalo desencadeou uma investigação policial em 1987 e, posteriormente, tornou-se alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em 2003, que investigou organizações criminosas envolvidas no tráfico de órgãos em todo o Brasil.

A investigação durou 10 anos e resultou na conclusão da Polícia Civil de Taubaté, que responsabilizou quatro médicos pela morte de quatro pacientes. Um dos médicos citados, Antônio Aurélio de Carvalho Monteiro, faleceu em maio de 2011, antes do julgamento.

Em outubro de 2011, 25 anos após os fatos, o caso foi levado a júri popular e resultou na condenação de três dos médicos envolvidos a 17 anos de prisão por homicídios dolosos. O julgamento foi um marco na história do sistema judiciário brasileiro.

Em 1993, Kalume lançou um livro sobre o caso, no qual narrou os acontecimentos usando nomes fictícios para os envolvidos. Embora a obra tenha sido parte do processo judicial contra os médicos, a publicação foi retirada do mercado e não foi mais reeditada.

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